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A Raposa e a Cegonha...

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A RAPOSA E A CEGONHA A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome. - Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa. - Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo. No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para o jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte externa do jarro. - Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estomago o que senti ontem. Moral da Estória : Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

O Cão Dorminhoco e o Lobo...

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O CÃO DORMINHOCO E O LOBO Era meio-dia. O sol brilhava como nunca nas alturas, sem que uma única nuvem se dispusesse a empanar sua luminosidade. Por isso o dia estava quente, e também por essa razão o pequeno cão se ajeitara sob a copa de uma árvore e dormia despreocupado à sua sombra, certo que de que, com um calor daqueles, não só os homens, mas também outros animais estariam fazendo o mesmo que ele. Enganava-se, porém, porque um lobo grande, com o dobro do seu tamanho, o despertou sem a menor delicadeza, pronto para transformá-lo em refeição. Mas o cão era esperto, pensava rápido, e assim, vendo-se naquela situação perigosa, ele ponderou à fera que o ameaçava: - Não me sacrifique agora, seu lobo. Veja que eu estou magro, raquítico, e isso porque ainda não me livrei de uma doença que quase acabou comigo. Desse jeito, não serei hoje uma refeição apetitosa para o senhor, que merece do bom e do melhor. Espere mais um pouco, porque logo estarei gordinho novamente, e aí, sim, me tra

O Cão Impertinente...

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O CÃO IMPERTINENTE O dia era mormacento, abafado, razão pela qual o cão buscava um jeito de escapar daquela canícula que lhe tirava o ânimo, deixando-o sonolento e indisposto. Ele procurava um lugar onde pudesse deitar-se e dormir em paz, aguardando a chegada de ares mais suportáveis, e por isso dirigiu-se ao estábulo que avistou pouco adiante, entrou nele e imediatamente se sentiu no paraíso, pois o chão de terra úmida que encontrou no lugar dava ao ambiente coberto e fechado uma sensação de frescura que o fez suspirar de alívio e agradecimento à boa fada que o havia encaminhado para lá. Satisfeito com acontecido, o cachorro se acomodou em um canto, sobre um monte de palha, e logo pegou no sono. Pouco tempo depois um boi foi levado para o mesmo local. Naquela manhã, este animal havia trabalhado com o seu dono desde que o sol nascera, e como estava esfomeado, tratou de comer o capim que alguém havia colocado no cocho antes de sua chegada. Mas o barulho dos movimentos que ele fazia

O Pescador Flautista...

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O PESCADOR FLAUTISTA Havia um pescador que se divertia tocando sua flauta. Certo dia, ele foi até uma praia, levando suas redes de pesca e o instrumento musical. Quando chegou à praia, ele se assentou sobre uma rocha, a qual se projetava sobre o mar, e logo começou a tocar a flauta, e tanto praticou a arte de soprar no delicado instrumento que acabou se tornando um instrumentista apreciado por quantos o ouvissem executar qualquer das músicas do seu repertório. Um dia lhe disseram que até os peixes viriam até ele para ouvir mais de perto o som da sua flauta, e ele acreditou. Tanto que certo dia, quando um cardume de tainhas se aproximou da praia, Severino pegou o instrumento e começou a tocar uma música alegre e convidativa, certo de que os peixes acabariam saltando da água para a areia, dispostos a dançar ao som dos acordes musicais. Mas eles passaram e se foram sem darem a menor importância ao instrumentista e sua melodia. Mas voltaram no dia seguinte, e dessa vez o pescador res

Júpiter e a Abelha...

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JÚPITER E A ABELHA Houve um dia em que a rainha das abelhas entendeu ser necessário agradecer ao deus Júpiter por tudo quanto ele havia lhes dado, principalmente os campos, as flores e o néctar em abundância. E decidiu presenteá-lo com o que de melhor elas possuíam para oferecer-lhe, que era o mel produzido por cada uma graças à fartura da matéria prima que a divindade colocara à disposição de todas. Então ela procurou as melhores colméias, recolheu a quantidade de mel que julgou ser suficiente e voou com ele para o Monte Olimpo, onde morava o maior dos deuses. Júpiter ficou tão satisfeito com o presente recebido que desejou retribuí-lo, e para isso prometeu dar à abelha qualquer coisa que ela desejasse. Ao ouvir tal oferecimento, a rainha não se conteve e pediu: - Oh, Júpiter, dê-nos um ferrão com o qual possamos nos defender. Mas que seja tão forte e resistente que com ele sejamos capazes de ferir e matar aqueles que se aproximarem de nossa casa com intenção de nos roubar o mel

O Cão e a Lebre...

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O CÃO E A LEBRE A lebre, que saíra em busca de alimento, entretinha-se na degustação de algumas ervas que apreciava, e tão distraída se entregava a esse prazer que descuidou da própria segurança e não percebeu que um cão de caça se aproximava sorrateiro pela sua retaguarda, beneficiado pelo vento que soprava contra ele. Quando a coitada se deu conta do perigo que corria, aí já era tarde, porque o caçador saltou sobre ela, mordeu-a na altura do pescoço, derrubou-a e deitou-se com as patas dianteiras sobre seu corpo, apertando-a firmemente contra o solo. Feito isso, passou a mordiscá-la levemente com os seus afiados dentes caninos, para logo em seguida lamber-lhe o pêlo sedoso como se estivesse mergulhado em êxtase profundo. E fez isso duas, três e mais vezes, enquanto a pobre lebre permanecia subjugada, com o coração aos saltos, aguardando o desenlace de sua tragédia sem ter consigo a menor esperança de salvação. Até que, em dado momento, não suportando mais a angústia que a dominav

As Árvores e o Machado...

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AS ÁRVORES E O MACHADO Um homem foi à floresta e pediu às árvores que lhe dessem um cabo para o seu machado, alegando que precisava dele para sustentar a sua numerosa família. Considerando o sentido social e humanitário que aparentemente estava por trás daquela solicitação, o conselho das árvores mais velhas se reuniu, colocou o assunto em discussão, e ao final do encontro concordou com o que o lenhador desejava, dando a ele uma árvore jovem, ainda, para que com ela o solicitante pudesse preparar a peça de que necessitava para guarnecer o seu instrumento de trabalho. De posse da autorização o homem não perdeu tempo e tratou de entrar em ação imediatamente: para começar, ele cortou a arvorezinha que as árvores mais velhas lhe haviam dado e fez com ela o cabo de que precisava, colocando-o em seu machado; em seguida, passou a usá-lo numa faina incessante, derrubando em pouco tempo, com seus golpes potentes e certeiros, um bom número das mais nobres, das maiores e das mais antigas árvo