O Rato e o Elefante

O Rato e o Elefante

O elefante imenso e ricamente ornamentado passava pela aldeia trazendo sobre o dorso um cesto preso firmemente ao seu corpo por fortes correias. Neste, uma sultana viajava confortavelmente acomodada sobre almofadas coloridas, tendo como companhia um gato, um papagaio e um cão. O elefante marchava em passo lento, acompanhado de perto pela criadagem da distinta senhora, e esse acontecimento incomum atraiu a atenção dos moradores da pequena localidade, que logo se posicionaram à beira do caminho para assistir de perto à passagem da importante comitiva.
Aquela movimentação anormal também despertou a curiosidade de um pequeno rato, que ao sair da toca e perceber o que acontecia, espantou-se com a quantidade de gente que ali se postava não só por causa da sultana e sua criadagem, mas principalmente pela imponência do elefante, ainda mais destacada graças à beleza do arreamento e dos adornos que o cobriam. Inconformado com o que via, o minúsculo roedor comentou em tom de despeito:
- “Não sei por que toda essa admiração! Será que os humanos pensam que quanto maior o tamanho, maior é a importância? Eu sei que tenho o corpo bem pequeno, se comparado com aquele gigante que ali vai, mas apesar disso não vejo nenhum motivo para que alguém possa dizer que eu sou inferior a ele...”.
E certamente continuaria a tecer seus comentários se porventura um gato não tivesse aparecido ali bem perto e o tivesse feito fugir às pressas, provando assim, e de forma indiscutível, que um rato não é um elefante.
Moral da Estória: Cada um é o que é, e contra isso nada pode ser feito.
Baseado em uma Fábula de La Fontaine - Fernando Kitzinger Dannemann

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