O Pintassilgo...

O PINTASSILGO

Contam os antigos que em certo dia a mamãe pintassilgo deixou seus filhotes no ninho e saiu em busca de comida para alimentá-los. Quando retornou, não mais os encontrou: alguém os havia levado. Desesperada, ela iniciou uma busca frenética pelas redondezas, perguntando a todos os seus vizinhos e passantes se eles saberiam informar alguma coisa sobre o paradeiro das pequeninas e indefesas aves que havia deixado em casa, supostamente em segurança. Tudo em vão.

Até que, uma semana depois, a coruja que morava na árvore fronteira à sua lhe disse que vira, no dia anterior, alguns filhotes de pintassilgo, e que provavelmente eles seriam os que ela estava procurando. “Onde você os viu?”, perguntou a mãe aflita. “Na casa do fazendeiro”, respondeu a coruja.

A mamãe pintassilgo voou imediatamente para a fazenda indicada. Chegando lá, procurou primeiramente no pátio, mas não encontrou o que queria. Depois na varanda da casa, também sem resultado. Desanimada, ela olhou para cima, e notou, então, que na janela mais larga do andar superior uma gaiola estava dependurada. Ao subir rapidamente até lá, descobriu, finalmente, que os seus filhotes estavam presos nela.

Ao verem a mãe os filhotes piaram desesperados, suplicando-lhe que os soltasse. Bem que ela tentou, coitada, mas seu bico e suas patas de nada valeram contra a grade de arame que impedia a saída dos prisioneiros. Mamãe pintassilgo tentou várias vezes, machucou-se durante a arrebatada tentativa de recuperar sua família, até que desistiu, convencida de que nada mais podia fazer. Por isso ela voltou para a floresta, deixando para trás um grito de tristeza.

Mas retornou no dia seguinte. Pousada na gaiola, ela observou seus filhotes sem conseguir esconder a tristeza que lhe turvava os olhos, e depois, com o coração oprimido pela dor que sentia, deu a cada um deles, através das grades, um pedaço da erva venenosa que levava no bico. Não demorou muito para que os pequenos passarinhos morressem, e a mamãe pintassilgo, olhando-os pela última vez, murmurou desconsolada: “É preferível morrer, do que perder a liberdade”.

Moral da Estória: A liberdade é o bem mais precioso que o ser humano tem.

Baseado em uma Fábula de Leonardo da Vinci - Fernando Kitzinger Dannemann

Postagens mais visitadas deste blog

O Rato e o Elefante

A Raposa e a Cegonha...

A Fábula do Carregador de Água na Índia...