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A Borboleta e a Rosa

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A Borboleta e a Rosa Certa vez uma borboleta se apaixonou perdidamente pela rosa mais bonita que havia no jardim. A flor ficou comovida quando soube que era amada de forma tão intensa por aquele inseto garboso que ostentava em suas asas lindos desenhos multicoloridos, e por isso, quando ele a procurou, ela concordou de imediato com o início do namoro. Acontece que depois de algum tempo de noivado, onde não faltaram juras e promessas de fidelidade e amor eterno, a borboleta se afastou alegando ter compromissos inadiáveis, só retornando após a passagem de um período relativamente longo. Ao vê-la chegar, a rosa, chorosa, recriminou-a entre soluços: - É a isso que você chama de fidelidade? Já perdi a conta dos dias que se passaram desde a sua partida, e além do mais, também fiquei sabendo que você vive de namoro e beijos com qualquer tipo de flor que encontre pela frente. Isso é uma falta de respeito muito grande, e por isso me sinto profundamente magoada com esse seu procedimento Ao

O Lobo e o Cordeiro

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O Lobo e o Cordeiro O cordeiro bebia água no córrego que corria em um trecho de terreno inclinado, quando avistou um lobo que fazia a mesma coisa um pouco mais acima de onde ele estava. O pequeno animal bem que tentou se esconder atrás de uma moita, mas antes que pudesse fazê-lo a fera também o avistou, e como ela estava cansada e irritada com a fome que fazia seu estômago doer, foi logo perguntando com cara de poucos amigos: - Como é que você se atreve a sujar a água que estou bebendo? E o cordeiro respondeu: - Senhor lobo, eu não estou sujando nada, porque como a água está vindo daí para cá, não é possível que isso aconteça. Mas o lobo retrucou: - Isso não interessa, porque você vai ter que me explicar por que andou falando mal de mim no ano passado. - Mas senhor lobo, no ano passado eu ainda não havia nascido. - Se não foi você, então foi seu irmão. - Me perdoe, senhor lobo, mas eu não tenho irmão, sou filho único. - Se não foi você, então foi algum conhecido seu,

O Gato e o Rato

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O Gato e o Rato Dos animais que povoavam a floresta, quatro deles costumavam abrigar-se nos ocos do tronco meio apodrecido de uma velha árvore. Um deles era um gato do mato, ardiloso, ágil e traiçoeiro; outro, um ratinho de dentes afiados e apetite insaciável; o terceiro, uma doninha de corpo esguio e alongado; e finalmente, uma solitária coruja de olhos tristes. Certa noite um caçador valeu-se da escuridão para enrolar uma rede de malha forte em torno do tronco esburacado, esperando, assim, capturar algum bicho que porventura ali se abrigasse. Por isso, quando os primeiros sinais da manhã surgiram no céu o gato tentou sair do seu esconderijo, mas não conseguiu fazê-lo porque a rede o impediu. Ele bem que forçou passagem, uma, duas, várias vezes, mas sem resultado, e por fim, sentindo-se derrotado, começou a miar desconsolado, o que atraiu a atenção do rato. Este, ao perceber o que se passava vibrou de alegria, e tão contente ficou que se aproximou para apreciar mais de perto o info

A Águia e a Coruja

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A Águia e a Coruja Do seu ninho no alto do penhasco, a águia avistou uma coruja empoleirada na árvore bem mais abaixo, ao pé do grande rochedo, defronte ao ponto aonde morava. Curiosa, ela ficou observando a vizinha que se mantinha imóvel, sem mudar de posição, mexer com as asas, ou ao menos virar a cabeça para um lado e outro, sinal de que vigiava os arredores. E pensava: “Que animal estranho é aquele? Com toda certeza não se trata de um pássaro”.   Alguns minutos se passaram com a águia absorta nessa contemplação, e como durante esse espaço de tempo a situação permaneceu a mesma, o interesse da observadora foi aumentando, aumentando, até que ela não mais se conteve e resolveu verificar de perto o que estava acontecendo. Então a poderosa rapineira pulou do ninho, pôs-se a descer voando em círculos, e quando pousou no topo da árvore, a pouca distância da coruja, perguntou-lhe:   - Quem é você? Como é o seu nome? - Eu sou a coruja - respondeu assustada a interpelad

O Rato e o Elefante

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O Rato e o Elefante O elefante imenso e ricamente ornamentado passava pela aldeia trazendo sobre o dorso um cesto preso firmemente ao seu corpo por fortes correias. Neste, uma sultana viajava confortavelmente acomodada sobre almofadas coloridas, tendo como companhia um gato, um papagaio e um cão. O elefante marchava em passo lento, acompanhado de perto pela criadagem da distinta senhora, e esse acontecimento incomum atraiu a atenção dos moradores da pequena localidade, que logo se posicionaram à beira do caminho para assistir de perto à passagem da importante comitiva. Aquela movimentação anormal também despertou a curiosidade de um pequeno rato, que ao sair da toca e perceber o que acontecia, espantou-se com a quantidade de gente que ali se postava não só por causa da sultana e sua criadagem, mas principalmente pela imponência do elefante, ainda mais destacada graças à beleza do arreamento e dos adornos que o cobriam. Inconformado com o que via, o minúsculo roedor comentou em tom de

A Queixa do Pavão

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A Queixa do Pavão O pavão dirigiu-se à deusa Juno para reclamar da voz que possuía. Alegava o pássaro que apesar do seu grande desejo de cantar louvores à divindade, por quem nutria respeito e devoção, não se animava a fazê-lo porque sabia que o som saído de sua garganta, ao invés de suave e melodioso, estrondava pelas cercanias de onde se encontrava como se fossem gritos agourentos, mais incomodando que agradando a quem o ouvisse. E reforçava sua contrariedade apontando um exemplo à rainha dos céus e da luz: Veja o rouxinol, deusa onipotente, uma ave cujo tamanho e cor são absolutamente inexpressivos, mas que quando abre o bico encanta o mundo com a música que entoa. Enquanto eu... Juno não gostou do que ouviu, e por isso retrucou furiosa: - Ora, ora, invejoso ignorante! Então é isso? Queres para ti a voz do pequeno rouxinol? Por quê? Não te satisfaz a maravilhosa cauda que possuis, que se abre em leque esplendoroso como nenhum outro pássaro consegue fazer, encantando a todos com s

O Cavalo e o Lobo

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O CAVALO E O LOBO O tempo era de primavera. Sob o sol de meio-dia o cavalo fartava-se com a relva que cobria bom trecho das margens do ribeirão que passava por ali, sem perceber que a certa distância, escondido entre os arbustos que lá se amontoavam, um lobo o observava com interesse. Mal intencionada, a fera resmungava entre os dentes: - Ah, que belo animal! Se fosse um carneiro, um bezerro, ou até mesmo um burro, e certamente já estaria passando pela minha goela. Mas é um cavalo grande, com patas poderosas que eu preciso evitar a qualquer custo, sob pena de me dar muito mal. Por isso vou ter que enganá-lo. E saindo do bosque com o jeito inocente dos que nada devem, ou temem, aproximou-se do cavalo e lhe disse: - Salve, companheiro! Prazer em ver-te neste dia radiante. Como sei que não me conheces, deixe-me dizer-te que os deuses deram a mim o poder da curar os males físicos fazendo-me conhecedor das virtudes das ervas, do alívio que elas são capazes de proporcionar aos que padecem d